quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mais da série Desfrutando...

(2)
07/06/2012


De Júlio 
Para Zara


Mas mesmo assim observava Camões, e Camões é sempre Camões...
 

 Sonetos.
 45
     Busque Amor novas artes, novo engenho,
     para matar-me, e novas esquivanças;
     que não pode tirar-me as esperanças,
     que mal tirará o que não tenho.
 
     Olhai de que esperanças me mantenho!
     Vede que perigosas seguranças!
     Que não temo contrastes nem mundanças,
     andando em bravo mar, perdido o lenho.
 
     Mas,  conquanto não pode haver desgosto
     onde esperança falta, lá me esconde
     Amor um mal, que mata e não se vê.
 
     Que dias há que na alma me tem posto
     um não sei quê, que nasce não sei onde,
     vem não sei como, e dói não sei porquê.

 
 
 
O amor que as vezes sonha, também é o que confunde, pobre Camões.

 

Um comentário:

  1. Acredito sempre que vale a pena!
    De tantas vezes, talvez a sua seguramente,
    Me faz a mais diferente e atraente.
    Agora que tudo posso, não tendo alma pequena!

    Bjjs

    Sss Júlio.

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